sábado, 21 de novembro de 2009

Autobiografia




“Ser ou não ser”, já dizia a famosa frase da tragédia shakespeareana, a qual faço uso para contar um pouco da minha trajetória de vida, mais especificamente, como me constitui professora.
Lembro-me das brincadeiras da infância, de alguns livros que me encantavam, entre eles contos de fadas e histórias de bichos como o Rei Leão.
Ao descobrir as letras e realizar os primeiros ensaios de leitura, iniciaram-se as brincadeiras de “escolinha” no “quadro-verde” fixado na parede da garagem de casa. Quanto ao quadro, prefiro denominá-lo verde, uma vez que nunca atribui sentido ao nome comum dado “quadro-negro”.
Confesso que a entrada na pré-escola foi um tanto conturbada, devido ao rompimento com os laços estritamente familiares. No primeiro dia de aula fui até a escola acompanhada de meu pai e, aos prantos fiquei por me ver naquele ambiente diferente.
Ao longo dos anos de escolaridade fui me dedicando e me destacando na maioria das disciplinas, conquistando o reconhecimento de colegas e professoras. Recebi premiações como medalha de ouro e o título de “Aluna Destaque” por duas vezes.
Chegada a oitava série, era o momento de decidir em que escola cursaria o Ensino Médio, que, por influência do pai, fui para a escola de freiras da cidade, fazer o temido “Curso Normal”.


Por ter recebido de meus pais uma educação que privilegiava a humildade, a simplicidade, a justiça, o compromisso, e outros valores que considero fundamentais no ser humano, tive problemas com a desigualdade encontrada naquele lugar, onde as normalistas estudavam no turno da tarde e, até mesmo à noite, e o restante dos alunos, no período da manhã. Quando tínhamos algum momento de interação, em feiras de ciências, por exemplo, sofríamos agressões verbais, humilhações que tornavam o grupo de 46 meninas entristecidas e desmotivadas em relação à futura profissão.
No primeiro ano, onde estudávamos disciplinas menos didáticas, cheguei a desistir e trocar para uma escola estadual, na qual fiquei apenas dois dias, por perceber o quão deficitário era o currículo daquela instituição.
Sempre tive temperamento forte, e não aceitava facilmente as coisas conforme eram apresentadas. Assim, juntamente com a turma, depois de muita luta, conseguimos transgredir as regras, mudar o status quo, produzir outra narrativa acerca do nosso curso, passando-o para o turno da manhã.
Após quatro anos de perseverança e demasiado estudo, conclui os estágios e me formei, com apoio de minha família - meu pai que corria comigo quando ficava doente pelas situações de estresse, e minha mãe que ficava do meu lado enquanto enlouquecia construindo meus projetos e relatórios.


Como cheguei até aqui, bom essa é uma longa história...prestei vestibular na Facos e passei, mas não ingressei na faculdade. Fiz as provas na Faccat, em Taquara, e comecei a cursar Letras durante o último ano do Normal, mas desisti pelo pressão do estágio e, também, por não me encaixar no perfil do curso. O terceiro vestibular, fiz na Unisinos, no final do ano de 2005, onde estudei o primeiro semestre, em 2006, e, no meio daquele ano, pedi transferência e retornei à Faculdade Cenecista de Osório. Aqui, futura formanda 2010/2!!!
Sigo pensando, questionando, lutando contra as incoerências na educação, nas instituições, levando comigo as aprendizagens e os nomes de grandes mestres que passaram na minha vida, deixando suas marcas, contribuindo na construção da minha identidade, da minha subjetividade, tornando-me o que sou – PROFESSORA!

Fernanda Cardeal

3 comentários:

daniela disse...

PRATESQUE FALAR DESSA CRIATURA DIVINA, NADA QUE DISSER IRÁ CHEGAR AO ALCANCE, ENTAO NAO FALO, POIS NAO É PRECISO. TE AMO, ESPERO UQE NUNCA NOS AFASTEMOS E SE ACONTECER O MEU CORAÇAO SEMPRE SENTIRÁ TUA FALTA...CONTINUA ASSIM POIS QUEM CRUZAR TEU CAMINHO TERÁ A OPORTUNIDADE DE CRESCER E SE TORNAR UM SER MELHOR....AMUTE

daniela disse...

vo comentá e comentá e comenta sempre...bjao

D@y@ disse...

Menina linda que eu amooo!!!
Continue assim... Sentirei saudades!! Bjux***