sexta-feira, 30 de abril de 2010

Eu, por mim mesma!!!


Sempre fui uma pessoa que não tem paciência de escrever sobre si mesma. Contar fatos do dia-a-dia, fazer diário, essas coisas... E agora vivencio uma nova experiência: contar alguns pontos de minha vida os quais me ajudaram a escolher minha futura profissão! Até comentei com uma colega sobre o nosso passado, o quanto vivemos momentos, que acabem se perdendo com o passar do tempo e ficando esquecidas em nossas memórias...
Lembro-me que antes de entrar para a escola, eu já gostava de “brincar de escolinha”, pois pegava todas as bonecas que tinha, fazia um círculo com elas e fazia de conta que eram as minhas alunas e eu a professora, a qual só ensinava rabiscos e algumas letras do meu nome que eu já conhecia.
Entrei para a escola aos 6 anos, na 1ª série. Como não cursei a pré-escola, não tinha noção alguma de como usar o caderno. Lembro que no primeiro dia de aula, a professora escreveu no quadro vários “L”, em letras cursivas. Eu não sabia nem como se fazia isso! Abri o caderno, lá pelas páginas do meio (como era bonitinho o meu caderno com desenhos de peixinhos!) e tentei copiar... Imagine se eu consegui! Claro que não. A professora então percebeu que eu estava muito sem noção, e veio até a minha classe e me ensinou como se fazia o exercício e também explicou a sequencia correta de usar as páginas do caderno.
Pouco antes de completar um mês de aula, fui trocada de turma. A minha nova professora, Alba, era muito legal e atenciosa. Ela confeccionou uma cartilha em um caderno pequeno sem espiral, para uso nas aulas. Claro que era um método tradicional de ensino, com BE-Á-BA, etc., mas foi muito significativo para a minha aprendizagem. Neste período em que eu estava na 1ª série, eu continuava pegando as minhas bonecas, e fazendo de conta que elas eram minhas alunas. O que eu aprendia de manhã, ensinava às bonecas à tarde! E, ainda, pegava giz da professora para poder escrever na geladeira azul de minha mãe. Minha mãe ficava muito brava comigo, pois eu usava a geladeira como quadro!
Por incrível que pareça, lembro de cada um dos meus primeiros dias de aula em cada série e cada nova escola. E, também, o nome de cada professor nas séries iniciais do Ensino Fundamental: Neusa, Alba e Saul – Educação Física (1ª série); Rosane, Lucíola e Elizabeth (2ª série); Milene e Miriam (3ª série); Maria de Fátima (4ª série). Já os professores da 5ª série, até o Ensino Médio, lembro de alguns, aqueles que mais me marcaram... Os que foram mais significativos e, também aquele que tentou me fazer desistir de estudar, na 6ª série, mas que ao contrário disso, fez com que eu me tornasse uma pessoa que luta para sempre estudar e pensar que eu sou capaz de aprender sim! Tudo aconteceu, assim: no ano de 1994, minha família estava passando por alguns problemas. Minha mãe estava com a saúde fragilizada e estava grávida. Naquele ano, eu caí no calendário rotativo, por ter trocado de escola, onde as aulas começavam em abril e terminavam no fim de fevereiro. Devido à saúde fragilizada de minha mãe, eu faltava às aulas e tinha muita dificuldade em Matemática. Minha mãe acabou perdendo o nenê, aos 8 meses de gravidez, tendo que ficar hospitalizada e eu ficava em casa cuidando dos meus outros irmãos: Cíntia, José Luiz, Júnior e Laura, todos mais novos que eu. Ao ter alta do hospital, minha mãe foi falar com o professor de Matemática, pedindo para que ele me passasse a matéria. As minhas notas até então, nesta nessa disciplina eram muito baixas – a mais alta foi 4,0! E eu ouvi o professor dizendo: ela nunca vai ser capaz de aprender Matemática! Naquele ano fui reprovada e troquei de escola, voltando à que tinha estudado até a 5ª série. E prometi a mim mesma: eu vou aprender Matemática, vou ter as maiores notas da turma e vou voltar àquela escola para provar a este professor que eu sou capaz sim! Resultado: no 1º bimestre minha média em Matemática foi 95. Só não fui “esfregar” o boletim na cara do professor, porque minha mãe não deixou, e a minha nova professora de Matemática, a Eliane, me incentivou a estudar e disse que eu era capaz de aprender tudo o que eu quisesse.
Um dia eu ainda vou reencontrar este professor e quero dizer a ele que eu aprendi e que agora eu vou ser professora, porque fui capaz de aprender e chegar à graduação. E não vou parar por aí! Eu ainda quero ser doutora em educação. Todos somos capazes de aprender qualquer coisa, por mais difícil que ela seja, basta querer.
Ao refletir sobre essa minha experiência, penso que eu poderia ter acreditado naquele professor e pensar que eu era incapaz, mas isso me fez querer vencer e provar que eu podia sim!
Em 2007, ingressei no curso de Pedagogia, na FACOS, e me senti muito feliz, pois fazia sete anos que eu tinha me formado no Ensino Médio e sempre tive vontade de voltar a estudar, mas por não ter condições, não pude recomeçar antes. Cursei um ano e estava prestes a trancar o curso, pois neste período fiquei desempregada. Mas felizmente tive uma boa nota no ENEM e me inscrevi para o PROUNI. Consegui a bolsa integral e aqui estou hoje. Naqueles dias que antecederam a conquista da bolsa, eu estava desesperada, pois não queria de jeito nenhum parar de estudar e, mesmo que eu fizesse apenas três disciplinas, não teria condições de arcar com todos os gastos. Ao ver o resultado da bolsa liguei para minha mãe e choramos juntas, devido à felicidade desta conquista.
Agora falta pouco tempo para eu me formar e, depois quero fazer pós-graduação. Quero ainda poder falar de muitas outras conquistas, pois sonho alto e, um dia, quero fazer doutorado em educação. Meu sonho é ir para a sala de aula e poder aprender muito!

Aline de Paula Neves
O COMEÇO DE UMA HISTÓRIA





Meu nome é Ângela, sempre fui uma criança alegre e brincalhona, lembro-me de quando entrei na escola na primeira série, fiquei muito triste, pois o único tempo que tínhamos para brincar era no recreio.
Tenho recordações e saudades de uma professora muito querida, chamada prof.ª Rosa, atenciosa, estava sempre alegre, brincando com a turma. No momento de fazer os exercícios, passava-os com muita atenção e nos deixava bem à vontade, sem pressão alguma. Até hoje tenho contato com essa professora.
Para terminar parte do primeiro grau não foi fácil. Tive que trabalhar desde os meus 14 anos para ajudar meus pais que não tinham condições para pagar o transporte escolar. Acabei parando com os estudos. Nesse meio tempo que fiquei sem estudar, trabalhei de babá, doméstica, manicure e cabelereira que é a minha atual profissão.
Sempre fui uma pessoa de não desistir dos meus objetivos. Alguns anos depois, retomei de onde havia parado. Concluí o primeiro grau, fiz o segundo e em 2007 prestei vestibular para pedagogia. Por ser uma pessoa persistente é que estou aqui no sétimo semestre.
Sou casada há onze anos, tenho dois filhos lindos, uma família maravilhosa que me apóia muito.
Sempre gostei de crianças. Há oito anos, dei aula de catequese e de crisma. Achei maravilhoso poder ensinar e aprender ao mesmo tempo. Sei que a tarefa de ser educadora não é fácil, mas acredito que o caminho para melhorar a nossa educação, é se dedicar ao máximo e nunca esquecer de sempre buscar o novo.

Ângela Dadda Bossle

AMO MINHA VIDA





Meu nome é Paula, nasci na cidade de Osório no dia 10|05|1981. Sempre fui uma criança calma e tranquila, que gostava de brincar com bonecas e livros.
Comecei a estudar aos 7 anos de idade, em uma escola próxima da minha casa. Lembro-me de várias professoras que tive. A que mais me recordo é a da 1ª série, a professora Rosa da qual eu adorava. A outra que me marcou muito foi a da 2ª série, pois ela dormia debruçada na mesa, eu até achava engraçado. Das outras só tenho apenas vagas lembranças. Parei de estudar na 6ª série porque a escola só tinha até o quinto ano e como eu morava no interior não havia transporte escolar e meus pais não tinham condições de pagar.
Após alguns anos, quando já estava trabalhando, incentivada pelo meu marido, recomecei a minha jornada de estudos. Com dezoito, fiz a 6ª série e após dois anos conclui o primeiro grau. Daí por diante não parei mais.





Casei com 20 anos e vim para Osório. Aos 22 fui mãe de um lindo bebê chamado Gabriel e após um ano e meio concluí o meu segundo grau na Escola Albatroz à noite. Em 2007, fiz vestibular para pedagogia por gostar do contato com crianças e também pelo importante convívio que tive na minha iniciação escolar ao lado de uma professora maravilhosa, isso me estimula até hoje para ser educadora. Trabalho na área de beleza, mas no futuro pretendo exercer minha profissão de educadora, pois lutei muito para chegar até aqui. Agora falta só um ano para me formar e, lembrando o caminho que já percorri, afirmo que é este ideal que quero para minha vida.


Paula Dada de Morais