quarta-feira, 25 de novembro de 2009

EU SOU ASSIM!

Muitas vezes me olho no espelho e fico me perguntando
Afinal, quem sou eu,nem eu me entendo,não sei o que
Quero e o que realmente penso.
Meus pensamentos mudam a todo o momento, é como o tempo;
Hoje esta lindo, amanha um tormento.

Sempre me preocupei muito com que os outros irão pensar ,
De mim,muitas vezes concordava com que os outros falavam,
Imaginando que seria melhor assim, tenho medo de magoar as pessoas
pois nos dias de hoje nem todo mundo perdoa.

Sou uma menina quieta e envergonhada, nas aulas não gosto de
Falar, nem questionar, mas adoro ouvir as colegas dialogar,
A partir das idéias colocadas consigo me aperfeiçoar,
Durante essa formação acadêmica, com certeza
Coisas boas vou levar.

Daiana Garcia

Amo minha vida

Olá! Meu nome é Eliziane Gross da Silva, tenho 25 anos, sou professora de pré-escola há 3 anos e casada há 1 ano e meio. Vou contar um pouco da minha história.
Nasci no dia 20 de setembro de 1984, em Tramandaí. Meu pai ficou muito feliz porque queria muito ter uma menina. Por isso sempre fui mais mimada que meus 2 irmãos.
Desde muito pequena sempre gostei de estudar. Gostava muito de brincar de “escolinha” em casa. Quando fiz 6 anos fui para a pré-escola. Lembro da professora, muito querida, a Edna. Eu a admirava, achava que ela era uma princesa. Lembro que sentávamos em grupos de 3 crianças. No meu grupo era eu, a Cris e o Junior. Ele era um menino bem esperto, não gostava de recortar os trabalhinhos e nós duas fazíamos tudo pra ele, porque todas as menininhas da turma achavam que ele era o mais bonitinho. Cada um tinha um crachá colado na sua mesa. Com ele aprendemos as letras de nosso nome.
Me alfabetizei aos 7 anos na primeira série, com a professora Silvana. Eu era bastante tímida. Tinha vergonha de perguntar. Uma vez a professora escreveu no quadro a palavra “shampoo”. Tinha que desenhar no caderno. Eu fiquei a aula toda tentando descobrir o que era aquilo. Só descobri quando ela corrigiu no quadro que era xampu. Não entendia o que o som do x tinha a ver com sh.
Lembro do nome de cada professor que tive na vida, do jeito, da voz de cada um. Lembro do nome dos colegas que tive, a maioria deles. Sempre fui de pouca conversa, mas muito observadora. Consigo guardar muitas coisas na memória.

Na sexta série tive um professor maravilhoso. O professor Flávio. Ele dava aula de história (do Brasil). Eram aulas diferentes. Ele cantava e dramatizava com o conteúdo. Era incrível. Ele encantava os alunos com suas aulas. Todos o adoravam. A partir daí história se tornou minha disciplina favorita.
Ao final da oitava série uma professora de Biologia, Viviane, me incentivou a participar da seleção para o curso de Magistério (que depois voltou a se chamar Curso Normal)do Instituto Estadual de Educação Barão de Tramandaí. Fiz a prova e fui selecionada. Gostei muito do curso. Também encontrei aqui outro professor de história maravilhoso, o Jurandy. Eu me sentia realizada. Fiz meu estágio com uma segunda série e adorei. Nesta escola encontrei a professora Edna, minha professora do pré, que ficou espantada em me ver agora como colega. Me formei em 2004. Decidi então que queria ser mesmo professora.
Trabalhei desde os 14 anos em várias coisas. Fui balconista de padaria, garçonete de pizzaria, babá, enfim, tudo que aparecia. Em 2005, eu trabalhava em um supermercado, era operadora de caixa. Queria cursar a faculdade, mas o que eu ganhava não dava para isso. Então voltei ao Barão e comecei o Técnico em Contabilidade. Estava quase no final do curso quando desisti, não era o que eu queria. Não gostava.
Neste mesmo ano ouvi falar do Prouni e resolvi fazer a prova do Enem. No final deste ano comecei a sentir muita dificuldade ao caminhar. Mas eu não queria aceitar. Era a tal da Distrofia Muscular, doença genética, que a minha mãe e meus irmãos já tinham. Quando pequena, os médicos disseram que eu não teria, mas eles se enganaram. Nesta fase eu fiquei muito depressiva, deixei de sair com os amigos, me distanciei de tudo, ficava bastante em casa.
Em 2006 fiz a inscrição para o Prouni, mas não tinha muita esperança e nem vontade. Ao fazer a inscrição havia uma parte que perguntava se o inscrito possuía algum tipo de deficiência. Eu respondi que não, pois não aceitava de jeito nenhum que agora eu faria parte deste grupo. No primeiro semestre não fui aprovada. No segundo semestre decidi me inscrever novamente. E lá estava a mesma pergunta. Pensei muito antes de responder, e respondi que sim. Um tempo depois fui ver o resultado no site. E estava lá. Aprovada-Bolsa Integral. Eu não acreditei naquilo. Então acho que entrei na faculdade pelo sistema de cotas. Eu pensei muito em desistir, em não ir, pois eu tinha medo e vergonha do julgamento das pessoas. Mas minha família me incentivou e eu fui. No primeiro dia de aula eu tremia de medo. Mas logo isso foi passando e eu comecei a gostar muito da faculdade. Vi que não era bem assim, consegui acordar para a vida, agora com outros olhos.
Um dia, no ônibus da faculdade, uma moça, Vanessa, me perguntou se eu gostaria de trabalhar no Senac, pois precisavam de funcionários PPD ( Pessoa Portadora de Deficiência). Comecei a trabalhar lá então. Dava aulas nos Cursos de Aprendizagem Comercial em Tramandaí, Osório e Capão. Os alunos eram adolescentes, alguns com a minha idade. O curso era muito bom, foi uma fase maravilhosa da minha vida. Foi lá que eu comecei a ser chamada de professora. Apesar da idade, eles me respeitavam muito.
No mesmo ano prestei concurso em Imbé para a educação infantil.. Fui aprovada e logo me chamaram. Então trabalhava de manhã em Imbé, a tarde no Senac e a noite ia para a faculdade. A cada dia eu gostava mais do meu curso de pedagogia. Agora eu já não parava mais em casa. Minha vida era muito agitada. E eu gostava bastante disso.
Em 2008 me casei com uma pessoa maravilhosa, que me ama, que faz tudo por mim, que me aceita do jeito que eu sou. Deixei de trabalhar no Senac para ter mais tempo para a vida de casada. Mas vou me formar no próximo semestre e pretendo fazer outro concurso. Sou muito feliz, amo minha vida e minha história.

sábado, 21 de novembro de 2009

Era uma vez.....






Porto Alegre, 19 de Abril de 1981, um belo Domingo de sol a família reunida para o almoço de Páscoa, a bolsa da minha mãe se rompe. Minha mãe vai para o hospital Presidente Vargas antes de chegar ela sofre um acidente. Até que enfim nasci com os bracinhos quebrados e balão de oxigênio devido ao acidente.. Minha mãe e eu ficamos internadas por três meses.

Minha infância foi maravilhosa, eu tinha muitos amigos e meus primos para brincar. Eu adorava esperar meu pai chegar do trabalho para ver o que ele iria trazer de doces para mim e minha mãe era a verdadeira mãe coruja.



Eu vivia brincando com meu primo Adriano, fazia ele de boneca....Inicio das aulas meu primeiro ano letivo Escola Monsenhor Leopoldo Neis – 1987. Em 1988 minha família veio para Osório e comecei a estudar na Escola Prudente de Morais estudei la até 1999.
Em 2000 entrei para FACOS no curso de Pedagogia não gostei e mudei para o curso de Matemática, em 2005 voltei para Pedagogia, depois de tantas indas e vindas de cursos e o inicio do Estágio dos Anos Iniciais decidi ser Alfabetizadora até que emfim achei meu lugar. Me realizei ao ver um aluno lendo suas primeiras palavras com a minha ajuda isso me fez ver que eu estava certa ao voltar para o curso de Pedagogia.



Amo a liberdade por isso as coisas que amo deixo-as livres, se voltarem é por que as conquistei. Se não voltarem é por que nunca as tive.


OLINDA DADDA



Autobiografia


Sou Daiane Moreira, formanda de Pedagogia 2009/2, apaixonada pela educação, aceitei a tarefa de educadora, por acreditar ser esse o caminho para muitas mudanças importantes para o nosso país.
As coisas para mim nunca foram muito fáceis de alcançar, sempre lutei muito pelo que quis, nunca desanimando ante as dificuldades e estas não foram poucas, mas também nunca foi motivo para desanimar frente aos meus objetivos.
Como sempre gostei de estar perto de crianças, resolvi prestar o vestibular para Pedagogia, e acreditem passei em sétimo lugar, então como não tinha condições de pagar todo o curso resolvi me inscrever para a seleção de bolsas da faculdade e consegui naquele semestre ganhar meia bolsa e foi assim que consegui ingressar na faculdade.
Moro com meus pais e meu irmão, pessoas que amo demais e que foram a força que me fez ir em frente, enfrentar desafios e vencer mais esta etapa da minha vida. Também não posso deixar de mencionar uma pessoa maravilhosa que conheci este ano, meu atual namorado que vem me dando apoio e auxiliando em tudo que preciso.
Sou uma pessoa simples, filha de um construtor civil e de uma doméstica agora aposentada por problemas cardíacos adoro estar de bem com a vida e perto das pessoas que eu amo. Dedico-me demais a tudo que faço, dando sempre o meu melhor e neste cinco anos de curso para mim ficaram três coisas que vou guardar pelo resto da vida: a certeza que estamos sempre começando, a certeza de que é preciso continuar e a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar.
Aprendi que a vida é um eterno recomeçar, e que a minha formatura não é um ponto de chegada, é apenas mais um ponto de partida. Partida para novas lutas, novas conquistas e que o conhecimento adquirido seja luz para o nosso caminho e que as amizades conquistadas em todos estes anos de estudo sejam maiores que a distância que insiste em despontar.

Minha história desde a infância





Começo a contar minha história desde os seis anos de idade, porque esta foi à fase de minha vida que mais marcou. Entrar para a escola era uma festa, aprender a ler e a escrever era tudo que esperava. Quando chegava em casa tudo que havia aprendido de novo queria por em prática, minha cobaias com certeza eram minhas amigas de infância, que eu colocava sentada embaixo de uma árvore de frente para um quadro improvisado e passava aula para elas copiarem; Se estava certo, nem eu mesma sabia.

Os anos foram passando e a cada final de ano que era aprovada, tinha ainda mais certeza de que eu adorava estudar,fui crescendo, tendo novos interesses, mas minha vontade de estudar não mudou. Minha maior frustração foi quando cheguei no final do ensino médio, antes 2ª grau, por saber que estava me formando e não tinha condições de fazer uma faculdade, teria que parar de estudar, fiquei muito triste no final do ano, pensando em até reprovar para no próximo ano pode continuar indo para a escola.

Terminei o ensino médio, fiquei em casa por muitos anos, mas sempre pensando em um dia pode fazer a faculdade que tanto tinha vontade. Passaram-se 11 anos que havia parado de estudar, ai parei para “pensar na vida” e acabei encontrando um jeitinho de pode fazer o vestibular, jeitinho este, que se tivesse pensado antes, já poderia ter até terminado minha faculdade, mas acredito que muitas vezes deixamos de fazer algo que temos vontade por medo de enfrentar.

Criando coragem, me inscrevi no vestibular e não podia ser para outra coisa se não pedagogia, pois meu maior sonho era ser professora,fiz o vestibular sem muita esperança de ser aprovada, mas quando vi o resultado nem acreditei, fiquei saltitante de alegria, havia passado e nem acreditava. Pena que ainda era janeiro e tinha que esperar até março para começar.

Até que enfim, chegou março, ir para a faculdade era uma festa, nem acreditava, me sentia importante, agora estou na faculdade e daqui a quatro anos vou ser pedagoga. Mas aos poucos fui sentindo a dificuldade de fazer os trabalhos e provas, pois já fazia muitos anos que não estudava, mas me dediquei e estudei bastante atravessando muitas barreiras e a cada estágio tinha ainda mais certeza do que eu queria.


Passaram-se seis anos e estou no último semestre de pedagogia e para finalizar estou fazendo estágio na EJA o que me deu ainda mais certeza de que quero ser professora, depois de tanto esforço dificuldades e dedicação nem acredito que estou me formando,fico feliz por um lado e triste por outro, vou sentir falta da faculdade e de alguns colegas e professores, mas acredito que não vou ficar novamente 11 anos sem estudar, não quero parar, vou fazer pós em Gestão e talvez quem sabe mais uma faculdade.



Rejane Steinmetz/8ª semestre de Pedagogia

Um pouco sobre minha história...



Meu nome é Cibele, nasci no dia 01/12. Sempre fui uma criança calma e tranqüila, que gostava de ficar horas na frente da televisão, assistindo os desenhos animados da Rede Globo.
Comecei a estudar em torno dos 5-6 anos de idade, numa escola próxima onde sempre morei. Lembro-me de poucas professoras que tive. A que lembro mais é a da pré-escola, a Professora Marilu, da qual, às vezes, vejo até hoje e a cumprimento. As outras tenho apenas vagas lembranças, muitas nem me lembro mais quem são atualmente.
Quando eu tinha uns 9-10 anos, fui prenda da minha escola, a mãe me ajudou a vender os “votinhos” e ganhei, fiquei muito feliz, desfilei junto com a escola no Desfile de 7 de setembro da época e também tenho ainda guardada a faixa de prenda que usei neste desfile.
Além dessas lembranças de escola, comecei a dançar no CTG com 6 anos de idade e permaneci até os 16 anos, fiz algumas apresentações, em diversos locais, sempre gostei muito de dançar, principalmente as musicas de origem gaúcha.
Voltando a falar sobre a escola, estudei até a metade o 2° ano do Ensino Médio na mesma escola, porém depois tive que pedir transferência para poder trabalhar durante o dia.
O meu trabalho foi aos 15 anos, de babá de 2 crianças, além de eu cuidar deles, eu fazia os serviços de casa: lavava roupa, fazia almoço, limpava a casa...enfim serviços domésticos, era um pouco puxado, mas eu agüentava e fazia tudo direitinho. Depois trabalhei na Caixa Econômica Federal, fiquei ali até terminar o meu contrato, o horário de trabalho era bem tranqüilo, eu pegava às 10h e saia as 15:15h, tinha bastante tempo para fazer meus trabalhos, falando nisso, esqueci de comentar, sempre gostei muito de estudar, desde pequena, ou eu estava no CTG ou na maioria das vezes, estudando. Minhas notas eram muito boas, normalmente ficava sempre com notas altas, entre 8 e 10.
Bom, vamos voltar à questão de como começou minha vida profissional, como eu havia dito anteriormente, trabalhava na Caixa e gostava muito de trabalhar ali, sai porque terminou o contrato temporário. Assim que eu sai dali, consegui uma vaga apenas para trabalhar 1 mês, numa Livraria no centro, substituindo uma funcionaria.
Fiquei um tempo desempregada, daí mudei meu turno na escola para de manha, pois estava estudando de noite para poder trabalhar durante o dia, e pela tarde fiz um curso profissionalizante, que durou em torno de uns 6 meses. Quando terminou o curso consegui pegar de freelancer (serviço pago por dia) em lancherias, na Loja Ponto 10, foi uma época difícil, pois deixava meu currículo em diversos locais e nenhum me chamava, porque diziam que precisavam de alguém com mais experiência, eu pensava: “Como eu iria ter experiência se não me deixavam nem tentar ter uma?”.
Bom, fiquei em torno de 1 ano sem conseguir trabalho, então fiz o vestibular da Facos para o curso de Pedagogia, em seguida, deixei um currículo na Prefeitura Municipal de Osório, que na mesma hora disseram que havia uma vaga para trabalhar no Projeto de Verão em Atlântida Sul, numa Escola de Educação Infantil, isso era umas 10h da manha e a para mim poder ir para Atlântida Sul eu teria que pegar o ônibus da prefeitura ao 12h. Foi uma correria para chegar em casa, me arrumar e ir trabalhar. No caminho até o novo trabalho fui pensando: “Como seria trabalhar com crianças pequenas, afinal eu não tinha nem noção de como era”. Chegando lá, fiquei em dupla com a Alexandra (atualmente minha amiga), que eu não conhecia, mas com ela, aos poucos, fui observando-a e aprendendo como era realizado o trabalho com as crianças. Era uma turma de uns 20 alunos, entre 4-6 anos. Me assustei no inicio por serem um pouco agitados, mas no decorrer dos 2 meses que fiquei lá, fui aprendendo como lhe dar com eles e até a acostumar com o barulho que eles faziam em suas brincadeiras.
Acabou o Projeto de Verão e me fui trabalhar numa Escola de Educação Infantil aqui em Osório, na verdade, em menos de 2 meses que eu tinha vindo trabalhar aqui, tive que trabalhar em umas 2 escolas, até que fiquei fixa na 3° escola que me colocaram, na Bem-me-Quer. Ali já cheguei assumindo uma turma, o Jardim A, com 20 alunos, com idade entre 3-4 anos, até me adaptar sozinha foi um pouco difícil, mas também fui aprendendo com eles e com as colegas da escola, que sempre que eu tinha uma duvida me auxiliavam.
Gostei muito de ter minha primeira turma sozinha, eram crianças muito carinhosas, queridas e participativas, todas as atividades que eu fazia com eles, adoravam e eram muito caprichosos com seus trabalhos.



No ano seguinte, fiquei no turno da manhã com a mesma turma que havia sido a minha primeira, agora eles estando no Jardim B, e pelo turno da tarde, com o Maternal I, os pequeninhos, que tinham idade por volta dos 2 anos, que também foi uma grande experiência, eram muito amáveis, carentes, estavam sempre querendo colo, era uma briga para dividir o colo com todos eles. Lá pelo meio do ano me tiraram do Jardim B, fiquei muito triste, pois havia me apegado muito aquelas crianças, afinal foram meus alunos o ano passado e até a metade deste ano, eles estavam com o aprendizado mais avançado, alguns já estavam até escrevendo o nome e eu estava conseguindo desenvolver várias atividades relacionadas à alfabetização deles, estava adorando, mas tudo bem, tive que ir para outra turma, apenas no turno da manhã, a tarde continuei com o Maternal I. Pela manhã fiquei de auxiliar no Jardim A, que era uma turma muito agitada, porém a professora desta turma era um amor, muito querida e acabei me tornando amiga dela. Inclusive o meu Estágio de Educação Infantil, da Faculdade, fiz com essa turma e foi bem produtivo. Fiz sobre o tema Meio Ambiente, onde realizei com eles atividades mais direcionadas a questão da reciclagem, do lixo e da importância da preservação ambiental, cheguei a levar eles no Aterro Sanitário daqui de Osório, para eles conhecerem a Usina de Reciclagem e verem como é feito o processo da reciclagem.
No final deste mesmo ano, terminou o meu contrato do CIEE, que é de no máximo 2 anos, não queria sair, mas não tinha possibilidade de ficar, este era o prazo máximo do contrato, chorei bastante ao sair dali, porém com a esperança de que quando me formar poderei, talvez, voltar a trabalhar nesta escola.




Novamente deixei meus currículos, dessa vez apenas nas Escolas de Educação Infantil, pois gostei muito do que eu fazia, daí consegui pegar um contrato em uma particular, de inicio fui auxiliar de uma colega, que me explicou como funcionava a rotina da turma, enfim, depois assumi minha turma, o Maternal II, que tem idade entre 3-4 anos. Adorei a turma, adoro até hoje, pois continuo com os “meus pequenos”, são uns amores, tento sempre dar muito carinho a todos e desenvolver a questão pedagógica também.
Agora falta só 1 ano para me formar e olhando para tudo isso que eu já vivenciei, confirmo que adoro ser professora e é realmente a profissão que escolhi para seguir.

Cibele Maier

Autobiografia




“Ser ou não ser”, já dizia a famosa frase da tragédia shakespeareana, a qual faço uso para contar um pouco da minha trajetória de vida, mais especificamente, como me constitui professora.
Lembro-me das brincadeiras da infância, de alguns livros que me encantavam, entre eles contos de fadas e histórias de bichos como o Rei Leão.
Ao descobrir as letras e realizar os primeiros ensaios de leitura, iniciaram-se as brincadeiras de “escolinha” no “quadro-verde” fixado na parede da garagem de casa. Quanto ao quadro, prefiro denominá-lo verde, uma vez que nunca atribui sentido ao nome comum dado “quadro-negro”.
Confesso que a entrada na pré-escola foi um tanto conturbada, devido ao rompimento com os laços estritamente familiares. No primeiro dia de aula fui até a escola acompanhada de meu pai e, aos prantos fiquei por me ver naquele ambiente diferente.
Ao longo dos anos de escolaridade fui me dedicando e me destacando na maioria das disciplinas, conquistando o reconhecimento de colegas e professoras. Recebi premiações como medalha de ouro e o título de “Aluna Destaque” por duas vezes.
Chegada a oitava série, era o momento de decidir em que escola cursaria o Ensino Médio, que, por influência do pai, fui para a escola de freiras da cidade, fazer o temido “Curso Normal”.


Por ter recebido de meus pais uma educação que privilegiava a humildade, a simplicidade, a justiça, o compromisso, e outros valores que considero fundamentais no ser humano, tive problemas com a desigualdade encontrada naquele lugar, onde as normalistas estudavam no turno da tarde e, até mesmo à noite, e o restante dos alunos, no período da manhã. Quando tínhamos algum momento de interação, em feiras de ciências, por exemplo, sofríamos agressões verbais, humilhações que tornavam o grupo de 46 meninas entristecidas e desmotivadas em relação à futura profissão.
No primeiro ano, onde estudávamos disciplinas menos didáticas, cheguei a desistir e trocar para uma escola estadual, na qual fiquei apenas dois dias, por perceber o quão deficitário era o currículo daquela instituição.
Sempre tive temperamento forte, e não aceitava facilmente as coisas conforme eram apresentadas. Assim, juntamente com a turma, depois de muita luta, conseguimos transgredir as regras, mudar o status quo, produzir outra narrativa acerca do nosso curso, passando-o para o turno da manhã.
Após quatro anos de perseverança e demasiado estudo, conclui os estágios e me formei, com apoio de minha família - meu pai que corria comigo quando ficava doente pelas situações de estresse, e minha mãe que ficava do meu lado enquanto enlouquecia construindo meus projetos e relatórios.


Como cheguei até aqui, bom essa é uma longa história...prestei vestibular na Facos e passei, mas não ingressei na faculdade. Fiz as provas na Faccat, em Taquara, e comecei a cursar Letras durante o último ano do Normal, mas desisti pelo pressão do estágio e, também, por não me encaixar no perfil do curso. O terceiro vestibular, fiz na Unisinos, no final do ano de 2005, onde estudei o primeiro semestre, em 2006, e, no meio daquele ano, pedi transferência e retornei à Faculdade Cenecista de Osório. Aqui, futura formanda 2010/2!!!
Sigo pensando, questionando, lutando contra as incoerências na educação, nas instituições, levando comigo as aprendizagens e os nomes de grandes mestres que passaram na minha vida, deixando suas marcas, contribuindo na construção da minha identidade, da minha subjetividade, tornando-me o que sou – PROFESSORA!

Fernanda Cardeal

De faz de conta à realidade





Desde pequena adorava brincar de escolinha com a minha vizinha. Passávamos a tarde brincando e era sempre assim: eu era a professora e ela a aluna.
Se alguém me perguntava o que eu iria ser quando crescer, acreditava que por eu gostar tanto de brincar, minha resposta seria professora. Mas se surpreendia quando então eu respondia: Pediatra!
Quando fui para o Ensino Médio minha mãe queria que eu fizesse o Magistério, mas como minha intenção não era dar aula, não o fiz. Terminando o Ensino Médio fui para São Paulo, onde morei por 2 anos. Ao voltar para Osório fiquei durante 1 ano e meio fazendo cursos até que decidi prestar o vestibular.




Fiz vestibular para Pedagogia, mas minha intenção era trocar de curso. Aos poucos fui pegando gosto pela coisa e com as práticas me arrependo de não ter feito o tal Magistério que minha mãe sempre queria.
Atualmente trabalho na área e vejo o quanto isso me faz falta, mas também o quanto me realizo naquilo que antes era apenas uma brincadeira de criança.
Hoje meus sonhos são maiores, me formar e abrir minha própria Escola de Educação Infantil. Se antes era apenas um faz de conta, hoje é uma realidade cada vez mais presente, mas sem perder o seu encanto e a sua magia.
Dayana Dalpiaz

Um pouco da minha história...



Me chamo Fátima Collioni, tenho 27 anos, sou casada e mãe de um menino de 2 anos e 7 meses. Natural de Santo Antonio da Patrulha vivi com meus pais até os 14 anos. Sempre recebi muito incentivo para estudar e cursar uma faculdade, caçula de 4 filhos, meus pais não mediram esforços para que eu estudasse, mesmo que para isso precisasse sair de casacedo, pois morávamos no interior de Santo Antonio da Patrulha.
Sempre morei distante das escolas onde estudei. Na primeira escola onde fiz meu ensino fundamental até a quarta série, tudo era muito simples, classes de madeira onde sentávamos em duplas, as turmas trabalhavam juntas, sem divisão e apenas duas professoras atendiam os alunos. Nesta escola aprendi muitas coisas das quais uso até hoje. Naquele tempo não se ouvia falar em inclusão ou pessoas com necessidades especiais, mas tinha uma colega surda e muda, que desde pequena me ensinou a respeitar as diferenças entre as pessoas.
Quando entrei para a 5ª série, tive que mudar de escola. Esta nova escola ficava no município de Osório e para chegar até ela precisava pegar um ônibus. Diariamente caminhava uma distância de 8 quilômetros, mas o caminho se tornava curto pois sempre tive a companhia de uma amiga de infância, quase irmã. Nesta escola estudei 4 anos, conheci novos amigos e aprendi várias lições de vida e foi aí que decidi seguir a carreira de professora, por influência dos ótimos professores que tive e também por vontade do meu irmão mais velho. Entre os muitos amigos que fiz um era especial, que anos mais tarde se tornaria meu marido.
Com 14 anos sai da casa de meus pais e passei a morar com meu irmão em Osório, aqui iniciei o curso de Magistério na escola Marques do Herval. Foram 4 anos de estudo, dedicação e esforço para me formar professora. Muito aprendi nas aulas do curso, passei a adorar a Biologia com a professora Vera, aprendi mais sobre a LÍNGUA Portuguesa com a professora Divina, me divertia nas aulas de Educação Física com a professora Zilda, o professor Vitor e a professora Claijean. Também não me esqueço das maravilhosas aulas de Geografia que o professor Dalpaz nos dava e o quanto “penei” para aprender a tal velocidade média que o professor Régis ensinava. Foram ótimos professores que tive que contribuíram muito para a minha formação, tanto como profissional quanto como pessoa.
No ano de 2000 me formei. Agora sim, professora Fátima Collioni!A primeira etapa estava vencida e no futuro muitos sonhos e desejos a concluir.
No início não foi fácil! Exercer a profissão que tinha escolhido parecia mais difícil do que parecia conseguir um emprego ficava cada vez mais difícil. Para ajudar no orçamento de casa precisei trabalhar no comercio de Osório, como balconista. Foi um período onde conheci muitas pessoas, entre elas uma amiga especial que sabendo da minha vontade em trabalhar como professora falou a meu respeito com sua prima que era coordenadora de uma pequena escola de Educação Infantil de Osório. Na primeira oportunidade fui chamada para trabalhar e sem pensar encarei o desafio! Era o primeiro ano da Escola Sementinha com o ensino fundamental. Puxa!! Hoje penso como fui corajosa!

quem sou eu?

 
 Nasci no dia 24/07/1984,no hospital de Santo Antonio da Patrulha, às 09hs e 35m, com parto normal,pesando 4 quilos e 51 cm .
 Os meus pais chamam-se José Vilmar Robaski e Leoni Teresinha Cardoso Robaski. Tenho uma irmã que se chama Bianca Cardoso Robaski,tem 13 anos.
 Quando eu era pequena e chegava visita lá em casa, eu me escondia debaixo da cama de vergonha,ainda mais quando levavam presente para mim, aí é que eu ficava com vergonha.  Sou muito chorona,morro de medo de sangue,de injeçao.
 Gosto de ouvir músicas,participar de teatro.  Estou terminando a faculdade e só tenho a agradecer a minha família que me apoia sempre,aos meus amigos que de uma forma ou de outra me ajudam.
 Escolher a profissão de professor não é escolher uma profissão qualquer,tem que ter amor pelas crianças,pelo trabalho que exerce.
 Para finalizar gostaria de dizer que sou uma pessoa muito feliz.
‘Felicidade é estar em harmonia consigo,com o outro,com o mundo e com Deus.’
 Luciana Cardoso Robaski

O início de tudo(carreira)


Tudo começou em fevereiro de 1999. Verão, calor ofuscante e eu torrando os miolos trabalhando no shopping Capão da Canoa, na loja de modas chamada Magg. Naquele mês fui convidada para ser gerente na loja durante o inverno, fato que me deixou orgulhosa. Sei lá que deu na cabeça do meu pai, provavelmente aquela velha história de ter na família uma filha professora, que me matriculou no colégio Divina Providencia no magistério. Bolas , que eu sabia de magistério? Será que eu queria ser professora? Sempre sonhei em ser jornalista, estudar na UFRGS, etc. Mas se ele fez o esforço pensei: - Então vamos lá!
Bom, foi a melhor coisa que me aconteceu, me descobri com estudante, amiga das meninas, pois eram todas novinhas e inexperientes e eu, uma “mulher” de 19 anos com 2 filhas pequenas, tornei-me a confidente e talvez “mãe “substituta de varias meninas da minha turma.
Foram 3 anos e meio de alegrias, festas, estudos. Viagens, amizades, frustrações. Ganhei bolsa de estudo da escola, pois teria que desistir devido a minha grande carência na época, fiz amigos pra vida inteira, briguei, fui porta bandeira...
Quando chegou a grande época do estágio, eu já tinha certeza que gostava do que fazia, que podia ser uma boa professora, só que a vida me passou a perna. Sucedeu-se o meu segundo casamento , minha terceira gravidez e tornei-me, por exatamente 7 anos, mãe, dona de casa e esposa.
Nesse tempo aproveitei para ler. Li tudo que me passava pela mão, compulsivamente, uma livro atrás do outro; biografias, romances, terror, clássicos, filosofia...Ô época fecunda...
Belo dia começou a veicular a chamada do Enem, uma pequena chance no fim do túnel de fazer um dia uma faculdade. Fiz a prova. Quem sabe por fazer a prova sem compromisso ou sem estresse de nota ou de ser cobrada pelo desempenho, foi uma das melhores notas de toda minha vida escolar. É agora, pensei, quando tive acesso a minha nota, vou fazer faculdade.

Bom, estou aqui agora, como bolsista do PROUNI, quase me formando, repleta de experiências, de atuação em sala de aula e de amor pela profissão. Quero fazer a diferença, quero atuar e aprender sempre, ser amiga, mãe, psicologa, líder, enfim, quero ser professora, ontem, hoje e sempre.
Daniela Cristina Mittelstadt



Meu destino



Sempre achei e continuo achando muito difícil falar sobre mim, mas vou tentar...
Meu nome é Eliana de Freitas Tomáz, tenho 30 anos, nasci na cidade de Osório/RS no dia 28 de julho de 1979. Filha dos gaúchos, João Irineu Tomáz e Dilma de Freitas Tomáz.
Minha infância, lá na pré-escola com seis anos de idade, adorava minha professora “Mônica” ela era carinhosa e sempre fazia brincadeiras conosco, e participava também, eu gostava de brincar em casa de escolinha e imitava-a, às vezes era aluna às vezes professora.




Tento mais não consigo me lembrar da minha primeira série, tinha sete anos, sei que consegui me alfabetizar, pois minha mãe me falou que comecei a ler no final da primeira série, está idade foi bem complicada para mim, talvez por esse motivo não lembre de certas coisas desta época. Meu pai faleceu em abril de 1986, justamente quando eu estava na 1º série, nessa situação fica eu e minhas irmãs, a mais nova com quatro anos e a mais velha com nove anos e eu com sete anos, minha mãe que nunca tinha trabalhado fora, pois era dona de casa teve que começar a trabalhar, fazendo faxinas para conseguir nos sustentar, apesar das dificuldades ela sempre incentivava eu e minhas irmãs a estudar, sentava para nos ajudar nos temas de casa.
Graças a Deus sobrevivemos, quando eu tinha 12 anos e minha irmã mais velha 15 anos começamos a trabalhar no artesanato de minha avó, para podermos ajudar em casa e comprar coisas para nós.
Quando terminei o ensino fundamental, não sabia bem o que queria fazer, mas como queria um emprego garantido e certinho, a única saída era o magistério, fiz 4 anos e mais 6 meses de estágio, no qual sofri muito e cheguei a pensar em desistir, muitas vezes cheguei em casa chorando desesperada achando que não ia conseguir chegar até o final, foi uma época difícil, mas eu consegui me formei no magistério em 1997.





Parei de estudar por sete anos, queria freqüentar a faculdade, mas não tinha dinheiro para pagar, consegui um trabalho como recepcionista na Secretaria Municipal de Educação de Osório, foi trabalhando nesta secretaria que comecei a ter contato com professoras, e conversando sobre as escolas os alunos me deu vontade de voltar a lecionar, arrisquei o concurso municipal de Imbé, no ano de 2001, passei e fui nomeada em 2002, e em 2004 ingressei na faculdade, escolhi o curso Pedagogia por que realmente gosto de trabalhar com os pequenos, me identifico com eles.
Hoje, eu e minha mãe moramos juntas na mesma casa que nasci e cresci, minhas irmãs se casaram e eu estou namorando há dois anos, minha mãe nunca mais quis se casar, faz 23 anos que meu pai faleceu, eu ainda não penso em me casar, no momento estou preocupada com meu crescimento profissional leciono desde 2002 e amo o que faço, acho que não saberia fazer outra coisa na minha vida, agora estou terminando o curso de Pedagogia, minha formatura é dia 09 de janeiro de 2009 e não penso em parar por aqui, se Deus quiser.

EU ACEITO ESTE DESAFIO!




AUTOBIOGRAFIA
Filha mais velha de um caminhoneiro e de uma recepcionista, provenientes de uma família grande do interior, tive uma infância “curta”, porém repleta de aprendizagens. Nascida em 27 de julho de 1989, em Osório, morei até os 3 anos em uma casa de alvenaria em Santa Terezinha. Presenciei dificuldades financeiras, temporais monstruosos, bem como a perda do emprego de caminhoneiro do meu pai _ agora ele era “pai de família”, não poderia se afastar por muito tempo de casa. Com isso, lembro-me que as coisas pioraram, passamos a alugar nossa casa durante o veraneio, período em que nos mudávamos para a garagem dos fundos. Meu pai ia vender espigas de milho em seu “super-carrinho” na beira da praia e eu... bom, eu ia junto! Adorava ver aquele “monte” de gente, correr pelas dunas, fazer propaganda do milho, que era excelente por sinal! Durante o inverno, meu pai trocava de serviço, e ia trabalhar como pedreiro, fazendo “bicos” junto com meu tio. Não precisa nem dizer que eu também estava lá, né?! Até ajudava a colocar alguns tijolos... Em 1992, meus pais se mudaram para Noiva do Mar, onde construíam um pequeno mercado, a fim de melhorar de vida. Lembro de subir nas escadas, levar diversos tombos... Mas eu me divertia muito!
Aos 5 anos, minha mãe precisou me colocar na creche; era verão e ela não tinha com quem me deixar. Ficar comigo no mercado, então, nem pensar! Era muita correria, não tinha jeito. Além do que eu ia atrás de qualquer conversa. Devido a isso, praticamente todos os clientes me conheciam... Na creche, improvisada nas salas da escola de ensino fundamental por causa da grande demanda, lembro-me de entrar pela manhã e sair somente de tardezinha.
Nada de brincar no pátio, assistir tv ou filmes... Até mesmo as refeições eram realizadas ali dentro! Na porta da sala de aula sempre havia uma “tia” que controlava quem entrava e saía... Nós não podíamos sair, a não ser que fosse para ir ao banheiro acompanhado por uma delas. Naquele mesmo ano, em março, entrei para a Pré-Escola. A professora era muito simpática, realizava diversas brincadeiras, sempre nos ensinando algo através delas. Algo que muito me marcou foi um episódio em que meu colega perguntou por que ela era tão preta, e ela respondeu “Porque eu sou feita de chocolate!”. Aquilo me encantou muito, e recordo dele perguntar se podia dar uma ”lambidinha” para ver se era de verdade... Depois veio a formatura, com aquelas togas feitas de papel crepom azul marinho... Primeira série, se quer lembro da professora!! Mas recordo de ter aprendido a ler. Minha mãe sempre lia jornal comigo no seu colo, até que um dia... click!! Estava olhando aquelas letrinhas e entendi o que estava escrito!! Minha mãe não acreditava, tanto que me pediu para ler o que estava escrito ali. Eu li. E li correto!! Que felicidade! Os demais anos, como estes, reservaram muitas surpresas, aprendizagens e tantas outras situações inusitadas... Matemática era algo que eu amava! Principalmente a partir da 4ª série, quando teve uma Corrida de matemática na sala de aula. A professora colocou as classes no fundo da sala, lado a lado, e ia escrevendo probleminhas no quadro. Dado o sinal, resolvíamos e o primeiro a terminar levantava a mão; se estivesse certa a resposta, poderia avançar uma classe. O vencedor ganharia um presente de final de ano... e eu ganhei!! Foi muito legal!
Terminado o ensino fundamental fui para uma escola um pouco mais distante, de ensino médio, que recém havia sido inaugurada. Poucos recursos, vontade de estudar mais escassa ainda... Estudei lá por 1 ano e meio; cheguei ao ponto de quase rodar por falta de notas. Foi então que algumas circunstâncias me obrigaram a mudar o rumo de minha vida; do jeito que tava não dava mais. Fui morar no interior, “na grota” como muitos dizem! A experiência de mudar de escola na metade do ano letivo, para um lugar totalmente estranho foi algo inesquecível. O pavor dos primeiros dias, dos primeiros contatos, da nova rotina, da nova realidade... Mas foi algo que, com o tempo, serviu de incentivo para buscar cada vez mais. Participei da Olimpíada de Matemática (OBMEP) e, além de passar para a 2ª fase, ainda alcancei o 2° lugar na colocação geral da escola. Isso contribuiu e muito para aumentar meu círculo de amizades! Meu primo, sempre parceria pras minhas idéias, também passou... Em 1° lugar! Via nele um exemplo de perseverança, de companheirismo. Se consegui entrar no ritmo dos estudos naquele semestre foi graças ao empréstimo dos cadernos do ano anterior dele, afinal, os professores ainda davam praticamente os mesmos conteúdos e na mesma ordem!! Estudar e ler livros, depois que descobri onde ficava a biblioteca municipal, foram meus passatempos preferidos, até porque a saudade só aumentava e a rotina me consumia!

Apesar de não pretender fazer faculdade, no final do “terceirão” já havia decidido que tentaria prestar vestibular para Fisioterapia. A dor foi saber que, para isso, eu teria que largar tudo o que eu havia construído lá, para voltar a morar com meus pais. Mas tudo bem, mesmo com a distância, as amizades se fizeram presentes! Concluí o ensino médio, se quer fiz formatura, pois o vestibular era no mesmo dia. Tendo passado na Ulbra/Torres para o curso desejado, chega a hora da matrícula; que decepção! Para fazer duas cadeiras, mínimo que se poderia cursar, meus pais já não teriam como arcar. No mesmo dia, então, eu e minha mãe fomos direto pra Osório, último dia de inscrição para o vestibular de verão da Facos 2007/1. Na hora de dizer os cursos foi uma confusão só... “Ah! Sei lá! Bota aí... Pedagogia, Matemática, Administração...É! Acho que é isso...” Nem eu sabia o que eu queria... Afinal, ia fazer só por fazer, depois, com o tempo, trocaria de curso. Passei em primeira opção, mas meu maior orgulho foi ter uma faixa de “bixo”, ainda por cima duplo, na frente do comércio!!! Iniciei o curso de Pedagogia tendo, de cara, uma disciplina de prática pedagógica. Para realizar a tal prática, conversei com a diretora da escola fundamental onde estudei. Gostei da experiência; e ela, do meu trabalho! Logo perguntou se eu gostaria de estagiar lá e coisa e tal. Claro que eu queria!! Não tanto pelo trabalhar, mas porque eu precisava e queria arcar com minhas despesas acadêmicas. Lembro de ter sido chamada numa quinta-feira; na sexta eu já deveria ir à escola para elaborar as aulas. Como eu ia trabalhar de professora itinerante, aquela que substitui o professor no seu dia de planejamento, teria que me interar dos conteúdos do 2° ano, 2ª, 3ª e 4ª séries, as turmas nas quais eu iria atuar uma vez por semana. Que coisa mais fácil!! Era só pegar um texto, fazer questões para interpretar, alguns probleminhas e deu tá pronto! Hoje eu vejo quantas “cagadas” eu fiz!! Não era por menos que eu saía nas primeiras semanas chorando da escola; queria desistir, aquilo não era pra mim! Bagunça, enfrentamento, deboche... Que crianças eram aquelas??! Cadê o respeito pela professora? Eu não entendia aquilo, mas continuava dando as aulas do mesmo jeito; era assim que eu achava que tinha que ser. No verão, com o final do ano letivo, fui redirecionada, assim como os demais estagiários, para trabalhar com educação infantil. Não quis mais sair de lá! Aquelas crianças tão carinhosas, carentes, pequenas... Ali sim eu me senti professora! Ali sim havia respeito! Pelo menos no meu entender... Bom, desde então trabalho nesta escolinha, tendo passado pelos mais diversos níveis, desde o berçário até o pré dos maiores. No início de 2009, realizei meu estágio supervisionado de educação infantil neste local. Como era difícil elaborar uma aula partindo de objetivos, de um projeto elaborado previamente. Para piorar ainda mais a situação, na semana em que iria iniciar meu estágio recebi a triste notícia de que meu primo, aquele que tanto me ajudara, havia falecido tragicamente. Pensei em desistir. Eu não tinha condições de assumir o papel de professora se quer de finalizar a elaboração das aulas. Como ele estava fora do país devido ao intercâmbio que estava fazendo, não ter notícias precisas e claras nos consumia cada vez mais. Seis dias...este foi o tempo que a situação se arrastou até finalizar-se na celebração fúnebre. Eu não acreditava; mesmo vendo, ainda tinha esperanças de que tudo fosse um terrível engano...ou um pesadelo. Mas não foi. Mesmo assim, iniciei meu estágio, meio perdida, mas procurando seguir em frente, afinal, tudo tem solução, menos a morte. Comecei a me dedicar muito aos planejamentos, me cobrava bastante quanto ao significado que as aulas teriam que ter para os alunos. Esta também foi a forma que encontrei para não pensar, não lembrar da dor. A turma me ajudou muito, eram bastante curiosos e colaboravam com as atividades. Traziam novidades, interagiam, até porque o assunto era do conhecimento deles: profissões. Sei que, na última semana, até sem voz eu fiquei! O estresse chegou a tal ponto que eu não conseguia emitir um som se quer! Mas, por sorte, a professora titular foi bastante prestativa, fazendo-se de “porta-voz”. Foi uma experiência bastante rica pra mim.
Ainda hoje, não sei dizer se minha área é a infantil ou se é a do ensino fundamental... Mas tenho certeza de que, na próxima oportunidade que eu tiver para trabalhar com séries iniciais, agirei de forma diferente, não farei como fiz no início. Errei? Sim, mas foi necessário para que eu visse, na prática, o que no decorrer do curso eu iria escutar na teoria: “é necessário mudar a realidade escolar”, “precisamos agir de forma diferente”, “o aluno precisa sentir prazer em aprender, em ir para a escola”. E cabe a nós, professoras, construir esta nova realidade. E eu aceito este desafio!
Juliete Goecks Machemann, acadêmica do 6° semestre de Pedagogia, Facos/Osório.
Novembro de 2009.