sábado, 31 de maio de 2008

Minha História



As lembranças que tenho do tempo de escola são de que aprendi muitas coisas, fiz muitas amizades, adorava as tias da cozinha. Às vezes fazia da ida para a escola um martírio, para poder ser alguém na vida, pois sabia que precisava ter no mínimo o segundo grau completo. Às vezes até que esta ida era porque gostava, pois tinha alguns professores maravilhosos, porém outros nos chamavam de burro, entre outros adjetivos e esses eram exatamente professores das matérias que não dominava. Sempre detonei este tipo de comportamento, mas nessa época não era muito clara a vontade de ser professora. Por isso, eu ainda não me colocava no lugar nem me autorizava a dizer que queria ser assim ou assado.
Na minha família, meus pais pouco, sabíamos que teríamos que estudar. Caso chegasse num certo período e não quiséssemos mais estudar, eles até concordariam, mesmo não sendo do gosto deles, pois tinham um lema: “Quando a cabeça não pensa, o corpo padece”. Você pode até parar, mas lá na frente é que vamos ver que deveríamos estudar, ainda mais quando se pára para casar ou algo parecido.
Assim, a escola se torna uma condição clara de sobrevivência para o ser humano, porque se pensar, cada vez mais está difícil a condição de vida. Quanto mais se estuda, difícil é a entrada no mercado de trabalho, por ter um alto nível e, assim, certos tipos de trabalho não lhe admitem para não desvalorizá-lo. Por outro lado, quanto menos se estuda menos oportunidade se tem, ou se trabalha anos e anos num determinado trabalho e você vai se qualificando e os anos vão passando e você continua lá na mesma posição.
Neste mesmo ponto de vista, a escola continua sendo um meio ascendente principalmente quando se vem de uma família que estudou pouco e você consegue entrar numa faculdade. Acabamos nos tornando um troféu, porque para eles seria um sonho distante e seria o melhor meio de ter uma vida melhor da que eles tiveram.
Por isto também é que ocorre muito as mudanças de cursos, muitas vezes as pessoas não sabem o que querem ao entrar na faculdade. Foi mais ou menos assim que aconteceu comigo: não me lembro de ter tido algum mestre que realmente me levasse a este caminho e fui descartando aquilo que não gostava, então sobrou geografia e pedagogia. Ao fazer a inscrição do vestibular escolhi em primeiro a pedagogia, passei - e agora? - não sabia de nada, caí num caldeirão e logo comecei a trabalhar com a educação infantil. Tudo o que aprendi foi aos trancos e barrancos,e as vezes paro para pensar: será mesmo isto que eu quero? Penso em parar, mas agora não posso, será que faço certo ou errado, dúvidas que surgem porque na verdade como eles te colocam na sala de aula de supetão... Você faz aquilo que vê e, até você começar a moldar o seu próprio jeito, a sua própria maneira de dar aula, tem um longo caminho.
Muitas vezes me decepciono, fico muito triste, porque a construção da minha carreira docente foi sendo construída como uma avalanche e até agora trabalho como estagiária, que muitas vezes este estágio não serve para ter experiência, ele torna-se desastroso, cansativo, quase um trabalho escravo e disto algo eu já percebi: EU NÃO GOSTO MAIS DE TRABALHAR NA EDUCAÇAO INFANTIL. Trabalho, hoje, porque preciso.
Recorro a polígrafos, peço ajuda para não tornar massacrante o meu trabalho e devagar vou mudando aqui, ali.Com tudo isto também já percebi que gosto do ensino básico mas, na verdade, eu ainda me pergunto: porque escolhi esta profissão?Eu ainda não encontrei a resposta, talvez encontrarei...só tenho uma certeza:o carinho que as crianças te passam é maravilhoso, os adolescentes também, mas para isto é preciso que estejam de acordo com você.
Muitas dúvidas, medo, inseguranças vão nos rodear, mas um dia acredito que encontrarei a resposta e serei recompensada.

Luciana Silva da Rosa

Experiência que traz experiência


Provocada a buscar lembranças que tenho dos tempos vividos em escola, a primeira imagem que lembrei foi da minha primeira professora, calma, com paciência para atender as dificuldades de crianças, pequenas e ávidas para descobrir o que realmente era saber ler e escrever. A escola para mim sempre foi motivo de alegria, sempre tive prazer em estudar, por esse motivo que escolhi a profissão do magistério.
Quando eu estava terminando o segundo grau, já adulta, outro professor que também me motivou na minha escolha foi um professor de física. Ele sabia como despertar a curiosidade e vontade de conhecer o que estava sendo aprendido. Apesar da disciplina ser muito complicada aos olhos de muitos, nós não só aprendíamos como também mantínhamos um vínculo de amizade, que facilitou muito o processo de construção de conhecimento.
Com as aprendizagens que estou obtendo na faculdade e as lembranças que trago comigo dos exemplos vividos na escola, um fator de suma importância que se formou na minha construção de pedagoga, é sempre me preocupar em como o aluno aprende, as suas necessidades e vontades, estar atenta ao que estou ensinando para saber se estou atendendo aos desejos e anseios que as crianças, principalmente as pequenas, necessitam saber.


mari tersinha panni de borba

Entrando Sala fria

Lembro-me de uma sala fria, e que aos poucos foi se tornando aconchegante, os estranhos passaram a ser amigos, o difícil passou a ser mais fácil, o medo do erro deu lugar à satisfação do acerto, e abrindo espaço para busca de saber mais e mais. Todo novo ano era assim, nos primeiros dias, até meses, para me reconhecer naquele lugar e estipulá-lo como minha segunda casa, era uma sala fria.
No decorrer destes anos tive vários professores, no entanto, mestres tive apenas dois, cada um em sua individualidade, que me marcaram ate os dias de hoje. Um deles, o professor Alexandre, da disciplina de química, pois diante da dificuldade da turma ele criou músicas para facilitar nossa aprendizagem; meu outro mestre, a professora Ena, da disciplina de biologia, seu nome não me recordo, porque era assim que a chamávamos, ela fez com que nos respeitássemos uns aos outros estabeleceu uma relação de amizade entre a turma.
Meus mestres, cada uma na sua individualidade, um buscando métodos capazes de satisfazer as necessidades dos alunos e outro na valorização do sujeito, ajudam hoje a me construir como profissional e principalmente aprendiz.


Ariele Piol de Oliveira

Minha trajetória escolar

Tive muitas dificuldades no aprendizado, porque meus pais tinham pouco estudo e assim dificultava ao me ajudar.Lembro que uma de minhas professoras, de séries iniciais, gritava muito com os alunos e isso me amedrontava, onde surgiu o receio de pedir ajuda no aprendizado.
Na época, os estudos eram caros, porque os professores exigiam que comprassem livros, então meus irmãos não puderam concluir seus estudos. Eu fui a única privilegiada.
Nasci numa época que as escolas já forneciam os livros e a situação financeira de minha família estava se estabilizando. Quando concluí o ensino fundamental, não queria fazer magistério, porque o meu sonho era estudar à noite.
Nesta época, meu pai não estava mais entre nós, e estar cursando o magistério, teria um custo.Então passei pela prova psicológica e iniciei o magistério buscando recursos através de “bicos” (fazia faxinas, descascava camarão e siri).
Hoje agradeço à minha mãe por ter insistido e de ter se esforçado para me ajudar a concluir o ensino médio.A experiência que vivenciei em sala de aula no meu estágio, me fez amadurecer e será inesquecível.


SIMONE FRANCISCA LEANDRO

Ser um Professor.......
















Desde pequenina, adorava cuidar de crianças. Apresento-lhes a 1ª turma. Lembro bem deste dia, preparação para festa junina. Esta turma é de Berçário II, da Escola de Educação Infantil Cantinho da Alegria.
Sinto tanta saudade deles.... Nós tinhamos uma aprendizagem fantástica, aprendiamos e brincávamos sempre juntos. Todos são muito inteligentes, a prendizagem o desenvolvimento cognitivo, era tudo maravilhos!!! Se eu pudesse voltaria para lá.
"Quando a criança chega à escola, traz consigo toda uma pré-história, construída a partir de suas vivências, grande parte delas através da atividade lúdica"NEGRINE (1994:20).
“As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade "(Vygotsky, 1998).
Ândrea Juliana Lucho

Boas lembranças

Lembro-me de bons momentos na escola. Uns tristes, outros nem tanto, mas que sobremaneira me fazem lembrar da escola como um local singular. Estar na escola significava estar ao mesmo tempo em casa por ser um ambinete sadio em que transitava muita amizade. Somos sempre estudantes. Deixei a escola fui para outro e hoje estou em outra; muda-se de nível, mas a arte de aprender é constante. Ser aluno de uma escola seja qual for é ser ao mesmo tempo um colaborador, como numa empresa, onde somo sinstigados a mudá-la, a agir, a ser e a aprender.
Ter uma relaçã com a escola é conseqüência de uma interação diária e sadia pelos seus ambientes. Nunca deixei de ir por obrigação. Ir a escola era, e ainda é, estabelecer um vinculo com nossa casa. Sempre fiz da escola um local onde eu era um dos sócios.
Os professores, sim, faziam a diferença. Alguns fizeram com eu odiasse a matemática, outro tornaram a química maravilhosa, outros (re) criaram as aulas de portugues, enfim, existia em nossa pequena visão de mundo o “bom” e o “mau” professor, mas quem o modelava eramos nós. Faziamos bagunça, aprontavamos mesmo, mas sabiam o mento certo de parar e prestar atenção ao que o professor dizia. Muitos diziam, é diziam, os conteúdos nos faziam escrever sem parar até cansar, outros olhavam constatemente nossos cadernos para conferir grafia bonita, organização, coisas que não modificava muito o meu aprender, mas outros dominavam o assunto, nos faziam adentrar no conteúdo e nos sentir o mundo novo nos reluzia aos olhos.
A época, meus pais tinham um bom relacionamento com os professores. Quando meu pai faleceu, uma delas, da minha terceira série em 1989, esteve lá, nunca imaginei que ela iria lembrar de nós, mas lembrou. Outros eduadores ficaram na lembrança, outro nem na memória. Existem aqueles que já s foram e que nos trazem saudades que não tinham relacionamento com nossa familia, mas que na escola éramos uma familia.
Um futuro melhor? Não sei se a escola me proporcionou isto. Sabe por que? Era dificil tanto para nós reverter como para os professores atribuir valor significativo aos seus conteúdos. Simplesmente eles nos abarrotavam de matérias, muitas vezes vazias, e que não consegui ver um horizonte, somente montanhas.
Se for professor procurarei ser ou atuar como alguns agiram. Os que não atribuiam laços não são dignos de serem citados, mas vou citar alguns: na pré-escola em 1986 a profª Betinha no Prudente de Moraes, em 1989 na 3ª, a Iró, na 6ª de Ciências, Guacira; na 8ª, profº Davi Fleck (in memoriam); no segundo grau em 1999, Física, o profº Paulinho.

Fernando Trindade Costa

MINHA HISTÓRIA

"Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar..."

Chico Buarque de Holanda

autobiografia

"a nossa matéria são as 'pedras vivas', as pessoas, porque neste campo os verbos conjugam-se nas suas formas transitivas e pronominais: formar é formar-se" Antônio Nóvoa

Somos professora e alunos/as do Curso de Pedagogia da CNEC/Osório, companheiros na disciplina: FORMAÇÃO PEDAGÓGICA: Magistério.
Nesta disciplina discute-se a formação de professores em nível médio - legislação, bases epistemológicas, idéias pedagógicas, saberes docentes e o papel da autobiografia como elemento de formação. Também objetiva-se construir um mapeamento da formação de professores em nível médio na região do Litoral Norte do Rio Grande do Sul.
Este blog vai registrar parte da nossa trajetória coletiva, desenvolvida no primeiro semestre de 2008.