sexta-feira, 11 de junho de 2010

uma história...

Bom minha história é meia louca,de tudo um pouco aconteceu. Sempre morei em um fim de rua onde as únicas crianças eram meninos com dois, três anos a mais que eu. Era a mais nova de todos os vinte e três primos durante nove anos. Ou seja, minha infância foi praticamente sozinha. A minha casa ficava a uma quadra da escola municipal.
Quando eu tinha mais ou menos quatro anos fugi de casa e fui para a escola, no primeiro horário da tarde, pois minha vontade era enorme de ir a escola e não podia. Minha mãe passou horas a me procurar, colocou a vizinhança toda atrás de mim, todos estavam preocupados. Estiveram na escola me procurando, mas me escondi tão rápido que ninguém me achou. Logo, as merendeiras da escola me viram e disseram para que eu fosse embora. Fique com medo da “tunda” que ai levar. Quando estava chegando em casa, vi meu pai e minha mãe muito preocupada, conversando e conforme ia passando pela casa dos vizinhos todos iam perguntando onde estava. Meu pai que tinha sido chamado do serviço, me pego pelo braço e a conversa dentro de casa foi longa, igual ao castigo. Depois disso só voltei a escola com minha mãe.
Minha mãe ficou grávida com 16 anos por isso preciso trancar os estudos e casou-se dois meses após a noticia. Só conseguiu voltar a estudar com mais ou menos 20 anos, fazendo o 2º ano numa escola particular, porque meu pai com 23 anos, na época, era pintor e a escola pediu para que ele a pintasse, assim em troca minha mãe concluía os estudos, só que os dois não estando em casa eu não tinha com quem ficar, consequentemente com 5 anos comecei na pré-escola mas daí não iam cobrar minha matricula. Esta escola habilitava em contabilidade, optado pela minha mãe, ou magistério.
Na minha turma todos eram filhos de comerciantes, andavam bem vestidos, eram um ano mais velhos, ou seja, eu era o patinho feio da turma, um pouco excluída, mas tolerante. Quando me sentia muito estranha em sala, corria para a turma da minha mãe, na primeira vez minha professora quase morreu do coração, mas depois ela já me procurava direto lá, infelizmente por falta de condições eu e minha mãe tivemos que parar de estudar. Fazer o que?! Meu pai fazia o que podia e minha mãe estava desempregada.
Voltando para vida caseira. Minha mãe vivia para a casa, meu pai e eu. Meu pai tinha dois empregos pintor autônomo, ele gostava, era o prazer dele e também trabalhava na “balança”, setor que pertence ao DNIT. Pouco parava em casa. Já eu! Vivia no meio dos matos, bichos que tinha lá em casa. Não tinha mais espaço para tantos roxos.
Bom o tempo passa. março de 1995 meu primeiro ano letivo minha mãe estava mais nervosa que eu. Na 1º série, 1ª professora, Zulma. Um doce de professora, era experiente, fiquei na escola nem dei bola parecia uma formanda. Lembro que sempre terminava tudo primeiro que todos, e já não me permitia errar, então ela me colocava a ajudar os colegas a terminar. Minhas notas nunca foram menores que 100 (avaliação da época ). Professora Zulma sempre dava tema, eu sempre fiz tudo sozinha... pai e mãe ajudar... nossa Deus me livre, para mim eles não sabiam o que a professora me dizia, pedia, então eles iam fazer errado.
Na 2ª série comecei a estudar de manhã com a professora Luciane, mas logo passei para tarde porque o inverno me trazia muitas complicações respiratórias. Voltando para a tarde a turma era um pouco diferente os colegas custei a me enturmar. Quando entrei era a professora Paula estagiária depois foi a professora Adriane. Lembro-me que me achava super matura aprendendo sinônimos, antônimos... hehehehe como era bom.
Na 3ª série, não sei porque mas lembro pouca coisa apenas que a turma era a mesma, a fisionomia da professora, baixinha e se chamava Liziane, também estagiária.
Na 4ª série tínhamos a professora Elizandra que era minha vizinha e também estagiária. Ela sempre pedia para que eu escrevesse no diário da escola dela e ela escrevia no meu caderno para que não ficasse sem matéria. Quando terminou seu estágio a professora Sidnéia, nossa titular assumiu, porém logo teve que sair. Oh dia mais triste! Todos choraram. E lembro bastante de estudos sociais, faço uma ligação com a 4ª série.
Nossa pensa numa pessoa feliz e preocupada quando passou para 5ª série, prédio novo da escola, turno manhã, classes novas eram infantis porque a tarde era o pré naquela sala e o primeiro professor homem, para a disciplina de história os dois primeiros períodos de segunda. O primeiro mês foi pavoroso, até porque era o 1º ano escolar do professor André. Era um carrasco, se guspia, sem explicação.
Na 6ª série novamente nossa turma foi dividida, ah mais a briga foi grande até que conseguimos unir alguns colegas coitada da diretora sofreu nas nossas mãos. Nós eramos unidos, revolucionários adorávamos bate pé, faze e acontece. Nessa época comecei a jogar futebol no time da escola.
Na 7ª série não lembro muito apenas que a minha professora de português a Gisele disse que eu e minha amiga representantes da turma na concurso da garota da escola, não seriamos capaz de ganhar. Para desprazer dela minha colega foi a 1ª colocada e eu a 3ª colocada, garota simpatia. Esta professora é filha da minha professora da 1ª série, muito diferente da sua mãe. Eu adorava ciências falava do corpo humano.
Quando comecei na 8ª série, nossa era o máximo, a turma mais velha da escola. Fui eleita a líder da turma onde tive que desenvolver diversas atividades como: torneios, festas, rifas,...Nunca esqueço que praticamente fui a única responsável pela organização da escolha da garota da escola, pois os professores tinham diversos compromissos e os colegas das oitavas ficaram encarregados só de vender os ingressos e limpar o ginásio. Eu tive que responder por bebidas da festa, banda, desfile das garotas, jurados, tudo passava por mim. A festa foi um sucesso que tivemos que acabar as duas da manhã, pois era muita gente ao ponto dos seguranças não conseguirem chegar nas brigas. Foi o melhor ano escolar.
Já no 1º ano, mudamos de escola, era bom, mas a turma acabou se dispersando e agente criou novas amizades. No 2º ano passei a estudar a noite, porque precisava trabalhar para ajudar minha família e junto comigo vieram as minhas amigas. Já estava mais complicado, a responsabilidade começava a dar sinais de que estava chegando e tinha que ser assumida.
Finalmente no 3º ano de novo as organizações dos eventos, mas dessa vez não me envolvi tanto. Como tinha me separado a pouco tempo, então não aproveitei como devia as aulas, fiz muita festa, zoeira e ainda assim passei, mais ou menos bem. Assim minhas amigas e eu nos formamos em 2005 e cada uma seguiu seu caminho e até hoje não conseguimos mais nos falar como antes, o tempo é muito curto.
Depois fiquei um ano e meio parada só trabalhando e em casa. Então fiz o vestibular e passei, comecei a estudar na FACOS fazendo três cadeiras no curso de pedagogia. No segundo semestre ganhei uma bolsa integral do PROUNI, e passei a fazer cinco cadeiras. Desde então não parei mais, agora já no sexto semestre. E em todo esse tempo também estive envolvida com grupos de jovens da igreja: ONDA, CLJ, e tudo que me desse espaço, também participei da invernada do município por 4 anos, dei aula de catequese, clube da arvore que era uma espécie de ONG que tinha na escola, participei do time de futsal que representava a escola, e mais...
Sempre tive uma vida cheia e era muito feliz e não sabia,...mas estou ai sempre esperando o que me reserva o destino, pronta para encarar qualquer situação podendo assim continua essa história.


Franciele dos Santos Marques

Nenhum comentário: