quinta-feira, 19 de junho de 2008

HISTÓRIA DE VIDA

Lembro-me que adorava acordar cedo para ir a escola, lembranças das atividades propostas pela professora que chamava Marni no chamado prézinho, enrolar papel crepom para colar nos trabalhos, as primeiras letras do alfabeto. Era uma das únicas que já sabia escrever o nome, adorava livrinhos infantis, ficar imaginando e de certa forma “lendo” as figuras e dando um enredo para a história. A professora sempre dizia: - senta, larga os livros, ainda não está na hora, dizia ela, nem um pouco contente com a minha teimosia, mas eu sempre repetia a mesma coisa, adorava estar ao redor dos livros.
A 1° série foi de trágicos acontecimentos, a professora era a verdadeira bruxa, colocava-nos a cheirar o quadro, e lá ficávamos por 10,15 minutos, uma mal amada. Os acontecimentos ficaram gravados, e eu que adorava a escola, simplesmente me negava a ir para ela. Somente após eu ter me machucado e passado a aula inteira com a cabeça cortada, sangrando, minha mãe procurou os meus direitos e me mudou de turma.
Nunca vou ser igual ela. Acredito que as más lembranças são as piores coisas que um professor deve esperar de um aluno. Quem ama a profissão é carismático e até um pouco solidário.
Já na 2° série é pertinente notar que sempre me lembro da querida professora Evalda, entrando na sala de aula vagarosamente e sempre com palavras doces. Como era gostoso sentir que poderíamos contar com ela nas dificuldades! Fiquei conhecida como violeta, pois como ela adorava esta flor sempre minha mãe mandava uma pra ela. Infelizmente, há pouco tempo perdemos a professora, sinto-me triste, pois com certeza ela faz falta enorme na escola. O cortejo era quase todo de antigos alunos, demonstrando assim a ótima professora que foi durante sua vida, exercendo a profissão e deixando alunos que a estimaram e a lembraram por toda vida.
Olhando as professoras em sala de aula, juro que pensava; “Como alguém pode querer exercer esta profissão? Jamais vou ser professora!”, mas logo que chegava em casa, ainda pequenina colocava os cadernos em baixo do braço e ia brincar na casinha que tínhamos no fundo, e nela brincava de ser professora com os meus aluninhos imaginários. Mas mesmo assim, continuava pensando que ser professora era para louco e, hoje, olha onde estou: encantada com a profissão que eu detestava!
Minha mãe e meu pai sempre se mostraram preocupados com a minha educação e com a de meus irmãos, incentivando durante todo percurso escolar e até hoje para que tenhamos boa formação. Apesar deles não ter nem acabado o Ensino Fundamental, liam cotidianamente, e nós vivemos em um ambiente “letrado”, o pouco que sabiam nos ensinavam e o que não sabiam buscavam para nos ajudar.
Meu pai é e sempre foi o precursor, aquele que estimula diariamente para nossos estudos, que ajuda, que busca, realmente me orgulho dele, pois procura ver em nós um caminho que ele não conseguiu seguir por todas as dificuldades que passou.
E é claro acredito que, para todos, a escola é a oportunidade de um futuro melhor, acredito que não só minha vida escolar interferiu em minha decisão, como também o apoio de meus pais. Hoje, em nossa família, quase todos os meus primos são professores e acredito que essa nova geração também serviu de incentivo para minha escolha, e o que sei é que meu amor pela Pedagogia é cada vez maior. Espero me formar, ser uma boa profissional, e não parar por aí: Continuar buscando e me aprimorando, e é isso que vejo nos meus professores do curso, estão sempre procurando descobrir cada vez mais, para nos ensinar cada vez melhor.

Daiane Cardoso dos Santos

Um comentário:

Anônimo disse...

Daiane gostaria de comentar que me identiquei com tua historia,pois também sempre fui uma aluna dedicada e esforçada por incentivo de minha familia,principalmente de minha mãe que sempre foi a base forte da nossa familia.